quarta-feira, 25 de maio de 2011

CINEMA: Filme Somos Tão Jovens “Não é um filme só sobre o Renato Russo. É sobre a turma da Colina, sobre as bandas punk”

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É no mesmo Brasília Palace Hotel, onde, nos anos de 1960, hospedou-se para tomar parte do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, que o diretor Antonio Carlos da Fontoura empreende um esforço para moldar a viagem visual marcada para ganhar corpo, a partir de 30 de junho, com as filmagens de Somos tão jovens. “Não é um filme só sobre o Renato Russo. É sobre a turma da Colina, sobre as bandas punk”, diz, ao afunilar o enfoque da fita que cercará o período entre 1976 e 1982. (Continue lendo em "mais informações", vale a pena!) 

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USina do som / Divulgação
Esse último ano, aliás, marcou o lançamento do documentário Brasília segundo Alberto Cavalcanti, na sequência dos bem-sucedidos longas Copacabana me engana e A Rainha Diaba. “A minha relação com a capital é cinematográfica. O filme era mais sobre a arquitetura da cidade. Naquela época, Renato era um punk tocando na esquina, e eu nem sabia quem ele era”, conta Fontoura.

O frescor da abordagem do longa — “é uma obra sobre juventude”, enfatiza — distancia Somos tão jovens daquele filme clássico sobre roqueiro que se droga e quebra quarto de hotel. Mais uma vez, a arquitetura da cidade interfere no cinema de Fontoura. Um cenário sem games, sem shopping e sem shows o intriga, na representação do cantor, aos 16 anos. “O filme se passa muito mais nos blocos do que na Brasília monumental. Queremos mostrar como Júnior, que morava na 303 Sul, inventou o Renato Russo. Como Brasília criou ele, que é um produto daquele momento todo. Claro que entram o talento inato, o dom e a genialidade toda dele”, conta, ao adiantar o percurso do roteiro assinado por Marcos Bernstein (Central do Brasil), com posterior consultoria do jornalista Carlos Marcelo (autor de Renato Russo: O filho da revolução).





Se observa que hoje em dia, qualquer um, quando faz 12 anos, descobre Renato Russo, o realizador encontrou, com atraso, pontos convergentes de gosto musical, junto ao cinebiografado, admirado até por índios, como confirma o produtor Marcelo Torres (recentemente, imerso no set de Xingu): “O meu rock era estrangeiro, como o dele. Gostava de Beatles e de Bob Dylan.



Até cheguei a encontrar pessoalmente a Janis Joplin — posso botar isso no meu cartão”, diverte-se, aos 71 anos. Num plano absolutamente oposto ao da estelar musa do blues rock, o recorte cinematográfico na trajetória de Renato Russo privilegia a incipiência. “Os shows, naquela fase, eram feitos pra 40 pessoas: eles não eram os reis do rock. Eram moleques de banda de garagem, primeiro fazendo o Aborto Elétrico”, demarca o diretor.



Apoio familiar

Apenas um encontro, na casa da atriz Denise Bandeira, aproximou o cineasta do jovem artista. “Foi o acaso que me levou ao filme, em 2006. Luiz Fernando Borges (empresário de Zé Ramalho, criador da banda Gang 90. No Rio, foi o melhor amigo do Renato) foi o fiel da balança. Ele transferiu a confiança da família pra mim”, sintetiza. Além da cessão dos direitos de imagem (que contempla até possibilidade de futuro filme em torno da Legião Urbana), a família tornou irrestrito o acesso a material anteriormente exposto ao público: fotografias, móveis, manuscritos e figurinos do artista.



Somos tão jovens, o filme, já tem percurso definido para a equipe, com mais de 40 atores. As filmagens, ao longo de um mês, serão na Ermida Dom Bosco e nas quadras 308 Sul, 206 e 408 Norte, além de alcançarem áreas do Eixão (perto da Rodoviária), da Península dos Ministros e do Park Way. Produtor de locação, Daniel Fontoura (Meu nome não é Johnny), na atual fase de visitas técnicas, tem contado com cicerones como Philippe Seabra e Erik de Castro (de Federal). “Eles estão nos apresentando a cidade do passado. Renê Sampaio, meu amigo que está dirigindo Faroeste caboclo, tem dado dicas preciosas. Os filmes tentam se ajudar”, diz, à frente de fotógrafos, diretores de arte e eletricistas.



» Três perguntas // Thiago Mendonça

O que tem dado mais trabalho: a preparação vocal 
ou a desenvoltura gestual do Renato Russo?

Carlos Trilha, Fred Nascimento e Fernando Morello têm me ensinado a cantar e tocar. É, o Renato também tocava, não esqueçamos ! E essa é uma área que não domino e pouco experimentei como ator. Desde o grito protesto do punk, ao vozeirão com jeitão italiano, à la Jerry Adriani. E eu — pobre de mim — às vezes, sinto que mal falo. Venho então me aproximando das referências que Renato teve. Russo já era um personagem do Júnior — criado com base em seus ídolos e inspirações. São essas que estou descobrindo e somando aos anseios, às aflições, aos prazeres e às vontades que são comuns a todos os jovens.



Dá receio mexer com um ídolo tão querido do país?

Receio, um tantinho assim. Prazer, um tantão assim! Era um cara muito especial, inteligente e interessante. E descobrir esse jovem Júnior está sendo um enriquecimento para o meu ser. O lance do ídolo, eu procuro não pensar. Procuro espantar os receios e atrair a coragem. Renato Russo era bem corajoso. 



Qual a sua relação com a família do Renato Russo?

Alguns momentos. Algumas histórias. Muitos instantes. Dois almoços, e afeto. Esses dias ouvi que Carmem Teresa, irmã de Renato, virá treinar minha pronúncia em inglês. Adorei a ideia. Tanto ela quanto a mãe, dona Carminha, têm muito de Renato. Ou melhor... Renato tinha muito da família. Ainda mais o Júnior.

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