segunda-feira, 11 de outubro de 2010

não são 14 dias, não são 14 horas, são 14 ANOS!

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Há 14 anos, Renato Manfredini Júnior morria em seu apartamento na rua Nascimento Silva, a 1:15 da manhã, em Ipanema no Rio de Janeiro, deixando todo um legado invejável, e fãs desolados com a sua morte trágica e precoce, mas ele nos ensinou que os bons morrem jovens, isso nos serve de consolo, nos dando a certeza de que agora Renato está em um lugar bem melhor, ao lado dos anjos, observando a geração coca-cola que ele sem querer deixou orfã, somos filhos de um único pai, sem uma mãe que gerou, na verdade temos uma mãe sim, que seria uma revolução que crescia dentro de nós a todo instante, uma revolução que nos consumia, fazia crescer o desejo de gritar para o mundo de que nada estava certo, de que queríamos ter voz para falar o que pensamos, e ai surgiu o nosso pai nos acalmando com a sua voz doce dizendo exatamente que era como todos nós, mas que a resposta para todo aquele fogo que ardia dentro da gente era que deveríamos ensinar a todos a amar uns aos outros como s enão houvesse amanhã, porque quando ele parou para pensar, viu que na verdade esse 'amanhã' não existe, nos acalmamos, a revolução foi controlada, porque ela encontrou o seu verdadeiro companheiro e amante, e esse amante fez questão de nos trazer a realidade, e além do mais, fazer com que não agissemos por impulso, e sim nos ensinou a parar para pensar nas nossas ações, em nós mesmo e em quem amamos, para que nenhum erro fosse cometido, para que no futuro nós não nos arrependessemos de tudo que fizemos, esse foi o nosso pai, que foi um amigo, um irmão mais velho, um namorado, um ombro amigo, um psicológo, ele foi vários personagens quando nós precisamos dele, e até hoje é, Renato não veio em vão a este mundo, veio para passar toda a sua mensagem de amor e nos ensinar que a felicidade mora aqui com a gente até segunda ordem, ele nos deixou orfãs, mas depois de sua morte começou uma trajetória que todo fã de legião percorre até o último dia de sua vida, a obrigação de manter a tocha acesa, a tocha do legado de Renato Russo, ensinar a todos que a verdade é o que assombra, o descaso que condena, a estupidez o que destrói, aos queridos fãs da Legião e admiradores de Renato, lembrem-se: ele não morreu, apenas foi cumprir a sua missão em lugar bem melhor e está zelando por todos nós, ainda que esteja em outro canto! força sempre!

sábado, 7 de agosto de 2010

Até bem pouco tempo atrás poderiamos mudar o mundo, quem roubou nossa coragem?

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O Barão Vermelho, o Paralamas e os Titãs ainda existem, mas e Cazuza?E Raul Seixas?E a Legião Urbana?Depois de todas essas perdas drásticas, dramáticas e trágicas, trouxeram toda uma mudança em relação a música, coisa que marcou todo um um grupo de jovens, que vieram da década de 80 e acompanhou toda uma revolução musical na história da música brasileira já que não só a Legião Urbana trouxe toda uma mensagem de do folk, que nós que podemos melhorar as coisas, etc, também teve o Titãs, Paralamas, Cazuza, não podemos esquecer desses, óbvio, e agora que irá fazer 14 anos sem um dos principais trovadores da geração 80,o Renato Russo, o que mudou?O que temos hoje que possa fazer com que nós deixemos nossa marca na história?Bandinhas coloridas?Um garoto que dá em cima de mulheres praticamente 20 anos mais velhas que ele?A música é arte, Nietzsche, 'sem música, a vida não teria sentido', mas se analisarmos bem, a verdadeira música se encontra naquelas bandas que alguns consideram hoje como coisa de gente velha, ou que já estão esquecidas,não estou dizendo que hoje não existe música boa, existe sim, mas o problema é que a maioria não sabe transmitir uma boa mensagem como as de antigamente, música é um meio de expressão artistico no qual devemos dizer não só o que sentimos, mas passar para aqueles que a escutam uma mensagem até sobre as próprias vidas deles, quando você escuta uma música na qual você se identifica muito com a banda, você sente na maioria das vezes que aquilo ali tem haver com você, com a sua vida, desperta emoções que às vezes estavam guardadas dentro de você que você preferia nem lembrar, mas que de alguma forma, mesmo quando não se quer lembrar e acontece, faz você refletir talvez em algum fato passado no qual algum erro foi cometido, ou talvez lembrar um momento maravilhoso com alguém, e até mesmo lhe incentivar a correr atrás dos seus objetivos, seus sonhos e muitas vezes lhe tirar do fundo do poço, lembrem-se, a música é para dar sentido e cor a nossa vida e não só mais um mero passatempo, minha gente!Música tem que ter letra, conteúdo, passar uma mensagem, seja ela de revolta, amor, dor ou de alegria, mas tem que trazer um sentimento forte dentro de você, tem que despertar a sua curiosidade, lhe aguçar a imaginação e fazer você refletir sobre a sua vida, seu lugar na sociedade e o real sentido de viver


Rebeca Ingrid Fabrício Lins

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Titãs: É disso que eu tô falando

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Final da década de 1970, para os mais por fora da história, árduo fim da ditadura militar no Brasil. Em São Paulo, um colégio era uma das poucas referências culturais à disposição dos brasileiros. E era naqueles palcos, do Equipe, que se apresentavam nomes de respeito do cenário musical brasileiro. Caetano, Gil, Cartola... ou seja, nada complicado entender o motivo que levou os jovens a se interessarem e buscarem mais pela cultura e pela música e passarem a procurar novos e próprios espaços.

Em 1981, um evento chamado "A Idade da Pedra Jovem", promovido pela turma daquele ano, estreiou Sérgio Britto, Arnaldo Antunes, Paulo Miklos, Marcelo Fromer, Nando Reis, Ciro Pessoa e Tony Belotto. Todos eles em um mesmo palco. Ah! Se existisse máquina do tempo... enfim! Como não existe, vamos adiante. Essa era a formação da banda Titãs do Iê-Iê. A intenção era descontrair o evento sério que reunia nomes muito célebres.



Mas toda a brincadeira... evolui ( Sim, eu fugi do clichê. ). No ano seguinte, a brincadeira virou coisa séria.Marcaram uma estréia oficial no dia 15 de outubro de 1982 no Sesc Pompeia. O repertório seria próprio e eles já contavam com a participação de Branco Mello e André Jung. Uma curiosidade: Jung passou a tocar bateria, instrumento que Nando Reis tocara em "A Idade da Pedra Jovem", por não ter mais ninguém, por falta de opção mesmo.

Eram nove músicos em um mesmo palco. Seis vocalistas na mesma banda. É claro que eles fugiam totalmente aos padrões. As letras e músicas eram diferentes também. Uma mistura louca de ritmos. Pulavam com facilidade da influência de ritmos "mpbistas" para o rock puro. O guarda roupa dos meninos do Titãs do Iê-Iê também não era nada comum. Penteados, roupas, maquiagens... tudo muito diferente e colorido. Me dói pensar no que hoje chama-se de bandas com roupas coloridas. Pulemos essa parte "restartizada" do cenário musical brasileiro atual.



O grupo percorreu o circuito underground paulista. Os locais onde se apresentavam eram tão diversos quanto o som que tocavam. É claro que o noneto chamou a atenção de empresários e, os meninos, conseguiram uma gravadora. Antes de assinarem com a WEA, porém, o grupo passou por duas mudanças. Ciro Pessoa saiu do grupo e eles passaram a responder apenas pelo nome de Titãs.

Em agosto de 1984 foi gravado o primeiro álbum, que levava o nome da banda. "Sonífera Ilha" foi um sucesso absurdo. Uma das músicas mais tocadas do ano. O sucesso ultrapassou as fronteiras de São Paulo. Além disso, os meninos do "Titãs" realizaram o sonho de aparecer em programas consagrados na televisão, como Chacrinha, Bolinha e Raul Gil.



Em 1985, outro baterista. Charles Gavin assumiu as baquetas que eram de Jung. E foi com essa nova formação que eles gravaram seu segundo LP. "Televisão" foi produzido por Lulu Santos e chegou às lojas em junho do mesmo ano. Músicas como a homônima ao disco e também "Insensível" eram os sucessos do segundo álbum da banda. Mesmo com suas letras conhecidas, as vendagens ainda eram modestas. Porém, no dia 13 de novembro daquele ano, outro pesadelo. Tony e Arnaldo foram presos com heroína. Arnaldo Antunes passou 26 dias preso e, no final, ambos foram condenados. O cantor respondeu por tráfico e o guitarrista por porte de drogas. Como não possuíam antecedentes criminais e tinham trabalho declarado, a pena foi cumprida em liberdade.

Como tudo é uma questão de tempo, no ano seguinte, os extraordinários meninos do rock superaram os maus tempos. "Cabeça de Dinossauro" foi lançado em junho de 1986. O álbum marcou a estreia da parceria com o produtor Liminha. Foi a primeira vez que os Titãs conseguiram levar para os discos a verdadeira vibração que tinham ao vivo. A constatação do sucesso veio quando, em um show em São Paulo, o público cantou todas as músicas do disco, mesmo aquelas que as rádios se recusavam a tocar devido a ousadia das letras. As emissoras demoraram a se render ao álbum e isso só aconteceu depois que eles conquistaram o primeiro disco de ouro. Realmente, o disco continha músicas polêmicas como "Homem Primata", "Polícia" e "Bichos Escrotos" ( essa última música rendeu multa para as rádios que a tocassem, devido à censura ). Resultado, o LP bateu as 300. 000 cópias e recebeu os aplausos da crítica. Até hoje, é um dos melhores discos e mais importantes de rock brasileiro.



No ano seguinte, 1987, mais um disco que avança todas as expectativas. "Jesus não tem dentes no país dos banguelas" tinha duas facetas. Uma seguia a via do rock pesado, com músicas como "Desordem". Outra, continha mais inovações. O sampler era uma técnica que, na época, "eletronizava" as músicas. O recurso foi usado em músicas como "Comida". Mais uma vez, eles fugiram do convencional. Decidiram que lançariam o álbum no Hollywood Rock de 1988 (Tá, né?! É pra quem pode...). E adivinha? Eles foram considerados, pela crítica especializada, como a melhor apresentação do festival. Colocando em números, ou melhor, nomes: superaram Simple Minds, UB40, Pretender, Simply Red e outras feras internacionais. ( Outra vez... tá, né?! É pra quem pode...).

Conquistaram o Brasil e a crítica. Ganhar o estrangeiro era um passo de passarinho para uma banda do naipe dos "Titãs". Foram a primeira banda nacional a se apresentar na Noite do Rock, no conhecidíssimo Festival de Jazz de Montreux. Do show, que ocorreu no dia 8 de julho, veio o LP "Go Back", o primeiro que gravaram ao vivo. Voltaram para degustarem do sucesso merecido do país onde tudo começou. Os shows estavam sempre superlotados e o quinto álbum estava entre os mais vendidos. A música "Marvin" havia sido gravada no primeiro disco, mas foi regravada em "Go Back". Avassaladoramente atingiu o sucesso no fim de ano de 88 e durante todo o ano seguinte.



Em outro de 89 veio o álbum mais sofisticado do grupo desde então. "Õ Blesq Blom" tinha uma fórmula mágica. A equação matemática é simples: Mauro + Quitéria + tecnologia eletrônica= não preciso dizer mais nada. E foi da dupla nordestina que os Titãs tiraram o nome do LP que trouxe ao sucesso hits como "O pulso". "Flores" virou um clipe especial para a banda. Graças a ele, o grupo ganhou um prêmio inédito por aqui. O MTV video Music Awards foi parar nas mãos dos meninos prodígio. Só que tem um detalhe: a emissora não tinha filial no Brasil ainda.

Mas eles começaram a sentir falta do rock puro. Foi em setembro de 1991 que chegou às lojas o disco "Tudo ao mesmo tempo agora". Foi o extremismo do rock. Nessa época romperam com Liminha e decidiram se auto-produzir. Músicas polêmicas, com direito ao escatologismo em algumas, guitarras distorcidas e a mudança da cara do grupo. Mais uma vez ganharam o prêmio da MTV pelo clipe da música "Será que é eu necessito", que tinha chegado ao Brasil do ano anterior.



O "rockão" não foi deixado de lado. "Titanomaquia" foi o primeito álbum sem Arnaldo Antunes, que seguia carreira solo. Produção de Jack Endino ( responsável por discos como os do Nirvana ). Lançaram seu oitavo álbum em 93 e emplacou com músicas como "Nem sempre se pode ser Deus".

No segundo semestre de 1994 terminaram sua turnê Titanomaquia e se deram férias. O objetivo era que pudessem tocar seus projetos paralelos. Miklos e Nando Reis lançaram discos solos, Tony Bellotto escreveu seu primeiro livro, Fromer produziu outras bandas e Gavin foi estudar produção em Londres. Mas eles não se afastaram tanto assim. Em parceria com a WEA, fundaram o selo Banguela, que lançou bandas como os Raimundos. Sérgio Brittos e Branco Mello eram donos e artista do selo. Se uniram, então, à baterista Roberta Parisi e fundaram a banda Kleiderman e gravaram o CD "Con el mundo a mis pies".




No ano seguinte, 1995, fim de férias. O álbum "Domingo", veio com força e bem mais pop. O disco contou com participações um tanto ilustres, como Herbert Vianna, João Barone, Andreas Kisser e Igor Cavalera. Graças a "Domingo", os Titãs ganharam o disco de ouro. Foi também a primeira vez que os meninos do rock genuíno e brasileiro gravaram uma música que não era de autoria deles. "Eu não aguento", da banda Tiroteio, foi umas das canções que emplacaram com o disco.

Quando a banda se tornou uma debutante, lançou mais um disco histórico. O "Acústico MTV", gravado em março de 1997 no Rio de Janeiro, vendeu um número absurdo de mais de 1,7 milhão de cópias. O CD misturou músicas antigas com arranjos novos e, também, música inéditas como "Os Cegos do Castelo", "Nem 5 minutos guardados" e "Não vou lutar". Participaram desse CD nomes como Rita Lee, Marisa Monte, Jimmy Cliff, Fito Paez, Marina Lima e, claro, Arnaldo Antunes.



Foram mais de 300 shows ao redor do país. Logo, os Titãs lançaram o "Volume 2", em outubro de 1998. Repetiram a fórmula de músicas antigas com arranjos inusitados e novas músicas. "É Preciso Saber Viver" fez parte deste CD. Foi o mesmo estilo do CD acústico. Outra semelhança, foi o sucesso. Mais de 600 mil cópias foram vendidas.

No ano seguinte, os garotos prodígio resolveram homenagear seus grandes ídolos. Roberto Carlos, Ultraje a Rigor, Tim Maia e alguns outros foram lembrados em mais um CD, o "As Dez Mais". Fizeram uma versão da música "Pelados em Santos" foi um pouco criticada, ao contrário de "Aluga-se", de Raul Seixas.



Em 2000, nova parada. Mais uma pausa para que cada um investisse em novos caminhos. Novamente, Nando Reis lançou um disco solo ( "Para quando o arco-íris encontrar o pote de ouro" - Abre aspas aqui, rapidinho... Nando Reis e sua mania de músicas grandes com títulos grandes. Pode fechar aspas. ), e Sérgio Britto lançou "A`Minha Cara". Branco Mello foi para a banda S. Futurismo. Em 2001, Miklos preparou mais um CD, o "Vou ser feliz e já volto".

No mesmo ano de 2001, um baque certeiro na boca do estômago de cada um dos meninos. No dia 11 de junho, um dia antes de começarem a gravar o décimo terceiro CD, Marcelo Fromer foi atropelado por uma moto em São Paulo. Dois dias depois, faleceu. De prazer, a gravação passou a ser desafio. O volume passou a ser uma homenagem ao amigo e sócio fundador do grupo. "A melhor banda de todos os tempos da última semana", depois de quatro anos, foi o primeiro álbum de músicas exclusivamente inéditas. Três meses depois, o disco chegou às lojas com muita expectativa. Rock de verdade em uma nova gravaradora, dessa vez, a Abril Music. Sucesso total. A música "Epitáfio" explodiu com força.

Foram mais de 180 shows baseados no álbum. Porém, em 2002, no meio da turnê, Nando Reis deixou os "Titãs". Lee Marcucci assumiu o lugar de Nando ( Fala sério, minha gente! Um dos melhores baixistas do Brasil!!!!!!!!!! ). Emerson Villani assumiu o lugar do saudoso Fromer.



Em 2002, 20 anos de banda. Chegou às livrarias "A vida até parece uma festa-Toda a história dos Titãs". Em novembro de 2003, o grupo lançou o CD "Como estão vocês". O álbum, produzido por Liminha, voltou com o "rockão". No fim do ano, é lançado o Songbook com a obra completa da banda, cifras e fotos.

E assim a história foi correndo e desembocou no que é hoje. Não sei quem já teve a oportunidade de ir a um show dos Titãs. Você é transportado para outra dimensão ao som dos solos de Tony Bellotto. Eu recomendo essa terapia. Porque eles são mutantes, eles transcendem qualquer entendimento, eles não precisam de história, enredo, tempo, espaço. Afinal, eles dispensam qualquer comentário, qualquer apresentação. Até porque... Titãs: É disso que eu tô falando!

domingo, 25 de julho de 2010

Dia 7 de julho: Um dia negro. Da cor do Luto.

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O dia 7 de julho parece macabro. O Brasil chora pela vigésima vez, sem hipérboles, a morte de um ícone da música, Cazuza. Porém, a partir desse ano o nosso país se lamentará pela perda de Ezequiel Neves. O jornalista e produtor musical do grupo Barão Vermelho morreu aos 74 anos. Ironia absurda. O dia 7 de julho não parece, como eu disse acima. O dia 7 de julho é macabro. Lamentavelmente macabro.

Só de pensar nessa ideia toda a minha imaginação para escrever desaparece. Resolvi, pois, fazer um tributo. Uma homenagem simbólica diante da genialidade de Zeca e Cazuza.

No dia 7 de julho de 1990 morreu, no Rio de Janeiro, Agenor Miranda de Araújo Neto. Um dos mais lindos garotos cariocas, um dos mais loucos garotos cariocas, o mais exagerado garoto carioca. Ele era da Lapa e ele era de Ipanema. Ele era da Baixada e ele era de Copacabana. Ele era de qualquer lugar. Com apenas 32 anos, foi retirado de nós devido a um choque séptico causado pela AIDS. Ao seu enterro compareceram mais de mil pessoas, entre amigos, familiares e fãs. Era o queridinho das vovós, punha os pais malucos com suas loucuras, o Caju dos amigos e o ícone dos fãs. Lucinha, mãe de Cazuza, não permitiu que abrissem o caixão que, lacrado, foi coberto de flores e levado pelos ex-companheiros de Barão.

No dia 7 de julho de 2010 morreu, no Rio de Janeiro, Ezequiel Neves. Jornalista, produtor musical do Barão Vermelho, compositor e crítico musical. Zeca Neves lutava, há cinco anos,
contra um tumor benigno no cérebro, enfisema e cirrose. Incansável festeiro, sempre a mil por hora, Ezequiel Neves morreu aos 74 anos na Clínica São Vicente, na Gávea. O corpo foi cremado no Rio e as cinzas levadas para Belo Horizonte, onde nasceu.

Não posso dizer coincidência da vida. Não é destino. Há 20 anos o Brasil perdeu Cazuza. Esse ano, o Brasil perdeu Zeca. O dia 7 de julho poderia ter sido excluído do calendário se pudéssemos prever o que aconteceria. É irônico demais. Cazuza e Ezequiel não eram apenas parceiros em letras, como "Exagerado" e "Codinome beija-flor", eram amigos. Festeiros, animados e exagerados. Talvez tenham feito a música e o clipe baseados nas suas experiências boêmias. Eram ídolos, ícones. O que seria de Cazuza sem Zeca? O que seria de Zeca sem Cazuza? Mas, principalmente, o que vai ser de nós, meros mortais, sem esses dois gênios, sem esses dois poetas, sem esses dois EXAGERADOS?

Afinal, por que os bons têm que morrer?

terça-feira, 20 de julho de 2010

Por que o dia 13 de julho é o dia nacional do Rock?

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No dia 13 de julho de 1985, Bob Gedolf (cantor, compositor e humanitarista irlandês) e Midge Ure (guitarrista, cantor e compositor britânico) organizaram o Live Aid. O concerto de rock tinha o objetivo de arrecadar fundos para ajudar os famigerados da Etiópia. Os shows aconteceram em Londres, no Wembley Stadium, e na Filadélfia, no John F. Kennedy Stadium. Em Londres, reuniu cerca de 82.000 pessoas e na Filadélfia, 99.000 pessoas. Alguns artistas também se apresentaram em Sydney, Moscou e Japão. O Live Aid também foi transmitido por televisão e satélite, alcançando mais de 1,5 bilhão de espectadores em mais de 100 países.

Apresentaram-se artistas como The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins, Eric Clapton e Black Sabbath. Ou seja, os nomes mais requisitados se uniram em shows em prol da população da Etiópia.


Na verdade, o concerto foi concebido como a continuação de outro projeto da dupla Gedolf e Ure, o fantástico "Do They Know it's Christmas?", gravado por uma conjunção de músicos britânicos e irlandeses sob o nome "Band Aid".
Gedolf e Ure contaram com a primordial participação do promotor de eventos Harvey Goldsmith. Aos poucos, os nomes mais importantes do rock foram concordando em participar. O montante final arrecadado superou as expectativas inicias, 1.000.000 de libras. Mais de 150.000.000 de libras foram arrecadadas. Por conta de seus esforços Gudolf foi, posteriormente, condecorado com a ordem "Cavaleiro do Império Britânico".


O Live Aid começou às 12 horas (horário local) na Inglaterra e continuou às 13:51 horas nos Estados Unidos. As apresentações terminaram às 22 horas no Reino Unido e às 04:05 horas nos Estados Unidos. Concluiu-se que o concerto durou em média 16 horas.


No Estádio Wembley, os melhores momentos foram ao som do Queen, David Bowie, U2 e Paul McCartney. Já no Estádio JFK um dos melhores momentos foi quando Ron Wood tirou sua guitarra e ofereceu a Bob Dylan. Wood ficou parado no palco sem instrumento. Depois começou a tocar "air guitar" imitando Pete Townshend quando girou seus braços em círculos até que lhe trouxessem outra guitarra. Phil Collins se apresentou em ambos os lugares. Utilizando um Concorde, viajou de Londres à Filadélfia. Além de seu próprio set ele também se apresentou como baterista de Eric Clapton e de Led Zeppelin.


Após o sucesso dos shows, a nível mundial, o dia 13 de julho passou a ser conhecido como Dia Mundial do Rock. Também, pudera! Os principais nomes do rock reunidos em shows que visavam a solidariedade. O dia mundial do rock deve ser lembrado não apenas por homenagear um dos melhores ritmos musicais existentes. Ele deve ser lembrado como uma reflexão: o rock é solidário, o rock é necessário, o rock...merece SIM ter um dia só seu!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

CAZUZA: Vespa solitária de ferroada muito dolorosa!

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Vespa solitária de ferroada muito dolorosa!

Segundo os dicionários de língua portuguesa, esse é o significado da palavra "cazuza". Mas, "cazuza', no nordeste, também que dizer menino, guri. De uma forma ou de outra, o apelido de Agenor, combina com ele, que descende de pai nordestino e, como artista, deu suas ferroadas com sua poesia.

As ferroadas de Cazuza:

Antes, considere isto: muita gente, sobretudo após ver o filme "Cazuza - O Tempo Não Pára", tem a impressão de que Cazuza era simplesmente um jovem libertino de classe média alta, que curtia sexo, drogas e rock'n'roll. Entretanto, aqueles que deixam de lado os preconceitos e que, antes de sair falando mal. primeiro conhecem a obra de Cazuza, em vez de julgá-lo pela obra que fizeram sobre ele, percebem facilmente que sua obra tem conteúdo, independentemente do que ele foi ou do que disseram que ele foi.

Agora sim: as ferroadas!

Na música Brasil, ferroadas socias e políticas:

"Não me convidaram para esta festa pobre que os homens armaram p'ra me convencer a pagar sem ver toda essa droga". Aí, Cazuza fala sobre o sistema de impostos, no qual quem mais paga é quem menos tem, e, dessa forma, acaba seguindo a sua "vidinha" sem tempo para perceber que pagam a festa da qual poucos desfrutam.

"Não me elegeram chefe de nada". Nessa parte é criticada a forma com que muitas pessoas conquistam as coisas através de apadrinhagem, protecionismo, troca de favores, etc, em vez de vencer pelo próprio mérito, enquanto outros, mesmo que se esforcem dez vezes mais, acabam conseguindo dez vezes menos.

"Brasil, mostra a sua Cara!" Quando Cazuza diz isso ele quer saber quem é que dá as cartas no País; quem está por baixo do pano comandando tudo; quem que influi no governo e que paga para sa coisas ficarem como estão em vez de confiar nos cidadãos, por isso pede "confia em mim".

"O meu cartão de crédito é uma navalha", com isso ele diz que a criminalidade é causada pela desigualdade social, onde uns têm cartão de crédito, enquanto outros têm que se virar como podem e os que não suportam essas dificuldades acabam apelando para o crime.

Na música "Só As Mães São Felizes", ferroadas filosóficas:

Começando pelo título, já se vê uma crítica ao conceito de felicidade que as pessoas têm. Só as mães são felizes porque a felicidade de ser mãe é um instinto, e um instinto é uma ação irracional, daí a felicidade, pois, por mais que se tentem racionalizar a felicidade, mais longe se fica de uma felicidade exata como a de ser mãe. (Relaxa! todo mundo tem que ler duas vezes para entender rsrs)

"Tomei champagne e cicuta com comentários inteligentes mais tristes que o de uma puta no barbarela às quinze para as sete". Aqui Cazuza mostra que a alta sociedade, com a sua suposta maior intelectualidade, não está livre de ser mais triste do que quem é discriminado por ela, e, mostra que se brinda para fazer média com os outros e se toma veneno, quando se diz o que realmente pensa.

E, ainda, há as ferroadas para defender a liberdade e os sentimentos dos indivíduos dizendo coisa como:
"O seu amor é uma mentira que a minha vaidade quer", em "O Nosso Amor A Gente Inventa"; "A solidão é a pretenção de quem fica escondido fazendo fita", em "Pr'o Dia Nascer feliz"; "Eu não posso causar mal nenhum a não ser a mim mesmo", em "Mal Nenhum"; "As paredes do meu quarto vão assistir comigo a versão nova de uma velha histrória", em "Down Em Mim"; entre outras.

Ah se todos fossem superficiais como Cazuza!...

Hoje faz vinte anos que vespa se foi, mas enquanto houver seus seguidores, aso ferroadas continuarão!!!



terça-feira, 6 de julho de 2010

CODINOME CAZUZA

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Filho de Lucinha Araújo com o produtor musical João Araújo, Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza nasceu no Rio de Janeiro em 04/04/1958, passou uma temporada estudando nos Estados Unidos. Na volta ao Brasil, matriculou-se num curso de teatro onde conheceu Léo Jaime que o levou ao grupo Barão Vermelho com quem gravou 3 discos ( o primeiro leva o nome da banda, BARÃO VERMELHO, o segundo é chamado de BARÃO VERMELHO 2, e, o terceiro, chamaram de MAIOR ABANDONADO). Em 1985 iniciou sua carreira solo emplacando logo de cara o hit “EXAGERADO”, que se tornou sua marca registrada.

Cazuza lançou seu segundo trabalho solo “SÓ SE FOR A DOIS”, em 1987. Em 15 de maio, iniciou uma turnê nacional mesmo depois de saber que era portador do vírus HIV, depois disso, passou dois meses em tratamento no hospital de Boston. Com a saúde já estabilizada, em 1988, gravou seu terceiro disco “IDEOLOGIA”, consagrando-se definitivamente. No mesmo ano faturou dois prêmios Sharp; o de melhor cantor e o de melhor música com 'PRECISO DIZER QUE TE AMO'.

Em 1989 Cazuza lançou o disco ao vivo “O TEMPO NÃO PÁRA” alcançando uma das maiores vendagens de sua carreira. No mesmo ano, foi lançado o álbum “BURGUESIA”, seu último registro musical. Cazuza nos deixou em 07/07/1990, o poeta mais exagerado da música brasileira viveu intensamente em todos os momentos, deixando sua marca nos corações de toda uma geração.

Após a morte de Cazuza sua mãe, Lucinha Araújo, criou a SOCIEDADE VIVA CAZUZA que atende crianças portadoras do vírus HIV.
Em 2004 foi a vez do filme “CAZUZA - O TEMPO NÃO PÁRA”, em 2005 o Barão Vermelho lembrou os 15 anos de saudades de Cazuza mostrando um dueto entre ele e Frejat realizado com a ajuda da tecnologia (com a música "CODINOME BEIJA- FLOR").

Cazuza continua vivo através de tributos e regravações, isso prova que o poeta não morreu. VIVA CAZUZA!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

BOX RAUL SEIXAS: 10.000 ANOS À FRENTE

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Em se tratando de vendas póstumas, Raul Seixas está para o Brasil, assim como Elvis Presley está para os EUA – o fenômeno imortal do rock brasileiro é garantia de vendas como ocorreu nos seus 20 anos da morte, celebrados em 2009.

Em comemoração aos 65 anos que Raul Santos Seixas completaria em 28/06/2010, a Universal lança o box “10.000 anos à frente”, com seis álbuns de Raul – sua estreia solo “Krig-ha, bandolo!”, acompanhado dos também essenciais “Gita”, “Novo aeon” e “Há dez mil anos atrás”, além de dois discos de versões de clássicos do rock “Raul rock Seixas” e “30 anos de rock”. Os discos de inéditas marcam a fase de ouro do Maluco Beleza e sua parceria com Paulo Coelho.

Vendo e ouvindo os álbuns juntos, é possível entender melhor a carreira de Raul e sacar um pouco do seu projeto estético, filosófico, mistico e despojado. Além disso, os álbuns vêm com faixas-bônus, como “Caroço de manga”, da trilha sonora da novela “A volta de Beto Rockfeller”.

Raulzito foi e ainda é acusado de ser satanista, porém ele era “panteísta”, e, como os hinduístas, acreditava que deus está em tudo na natureza, como se pode observar muito claramente na música “Gita”. Mas muitos não entenderam que a questão com o diabo era mais uma provocação e até uma brincadeira com a religião cristã, que é mais uma no mundo que se presume a única correta. Sendo panteísta não teria como ele crer no diabo, já que não cria no deus cristão.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

RAUL SEIXAS "DE CABEÇA PRA BAIXO"

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Ainda na semana em comemoração aos 65 anos de Raul Seixas, aproveito para divulgar uma música, que não é das mais conhecidas, mas também não deixa de ser uma grande sacada de Raul Seixas.

Nela, Raulzito brinca com a nossa preocupação com o dinheiro, com a rotina, com a busca pelo paraíso e com a monotonia das responsabilidades cotidianas.

Na verdade, vejo isso como uma utopia, aliás, apenas um norte muito longínquo para o qual Raul sugere que caminhemos para sermos mais felizes, e, sinceramente, tenho a impressão de que é o que exatamante ele diz sem dizer.

Tire suas próprias conclusões e decifre a obra do poeta:

quinta-feira, 1 de julho de 2010

HOJE É 1° DE JULHO

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De um dos melhores discos da Legião Urbana, a música "1° de Julho" de Renato Russo, composta para Cássia Eller, não é tão famosa quanto "Dezesseis" ou "A Via Láctea" do mesmo disco, mas eu a colcaria no mesmo patamar de "Faroeste Caboclo" ou "Eduardo e Mônica" entre tantas outras.

A intenção desse post é mostrar para quem aida não conhece a faixa... ou para os que a amam e nunca vêem alguém falar dela.

Ouça:

CANTO PARA MINHA MORTE - RAUL SEIXAS 65 ANOS

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Este pequeno texto é em tributo ao aniversário de 65 anos de Raul Seixas, dia 28/06. Não consegui posta-lo aquele dia. Mas estou postando hoje, ainda na semana Raulseixista do blog.

É uma pequena homenagem a um grande poeta; um grande homem: o pai do rock nacional!

Ó Morte
Que leva os bons
Acabaste com o sonho
O brilho nos olhos
De um sonhador
Foi o dia em que a terra parou
Parou de verdade
Em homenagem aquele poeta
Aquele sonho
De mudar o mundo
A sociedade alternativa morreu?
Não!
Pelo menos enquanto vivermos

Por: Fusca Verde

TRIBUTO AOS 65 ANOS DE RAUL SEIXAS

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No último dia 28, Raul Santos Seixas completaria 65 anos de idade.

Postei uma homenagem a ele no meu canal do Youtube dedicado ao Rock Nacional .

Fiquei na dúvida entre duas músicas... mas aí estão as duas pra que você veja a que gostará mais:





Obrigado pelo acesso!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Rock Nacional

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O Rock é um estilo de música muito extremista. Ou você ama, ou você odeia. Eu, particularmente, amo.Porém existem várias formas de expressão desse mecanismo da música. Isso é o mais encantador do rock. Diversas nacionalidades, histórias, arranjos e épocas integram esse estilo musical tão famoso ao redor do mundo.

Mas, vou me deter no rock nacional. Primeiro porque acho que tendo tanta qualidade aqui dentro, não precisamos nos prender ao que existe lá fora. Segundo porque, para mim, o Brasil desfrutou de outro tipo de uma revolução na música que muitos outros países não tiveram.É isso!

O Rock nacional surgiu na década de 1950, porém, ganhou mais força em 1980. Nos anos 1950, quem deu o pontapé inicial aqui no Brasil foi Nora Ney ao gravar o rock "Rock around the Clock" de Bill Haley e His Comets. Nessa mesma época surgiram outros nomes como Miguel Gustavo, Betinho e seu conjunto e Tony e Celly Campello.

Na década de 1960, o rei Roberto Carlos dava mais graça ao mundo em sua época de "Jovem Guarda", ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléa. Mais tarde vieram os Mutantes e também Caetano e Gil. Um curioso episódio dessa época foi a Passeata contra as guitarras elétricas, protagonizado por artistas da MPB, como Elis Regina e Jair Rodrigues. A guerra declarada à Jovem Guarda, tempos depois, viu o fim do programa, com a saída de Roberto Carlos. Veio, então, a Tropicália.

Nos anos 1970 veio o regime militar. Caetano foi exilado, Rita Lee saiu dos Mutantes e emplacou em sua carreira solo, surgiram os Secos e Molhados e Raul Seixas, ambos em 1973. Alguns movimentos, como o "Clube da Esquina", marcaram a época.No final dos anos 1970, mais precisamente em 1978, surgiu o Aborto Elétrico. A banda fez parte do chamado Clube da Colina, um grupo de bandas de Brasília que reunia outros nomes como Plebe Rude e Blitz 64.O Clube da Colina contava com Renato Russo, Fê Lemos, Ico Ouro Preto e Flávio Lemos. André Pretorius só tocou no primeiro show da banda. O Aborto Elétrico acabaria em 1982 após uma briga entre Renato Russo e Fê Lemos.

Nos anos 1980, uma geração agitada mostrava a sua cara. O rock, mundialmente consagrado, se firmava no Brasil. Com o fim do Aborto Elétrico, Renato Russo fundou a Legião Urbana e Flávio e Fê Lemos se juntaram a Dinho Ouro Preto e Loro Jones no grupo Capital Inicial. Titãs, Paralamas do Sucesso, Cazuza e o Barão Vermelho, Eduardo Dusek, João Penca e seu Miquinhos Amestrados, Lulu Santos e muitos outros nomes também surgiram com sua música irreverente. Nenhum desses, porém, foi mais cômico do que uma banda que começou a se desenhar em 1989.Seu nome era Utopia. Mais tarde ela viria a se chamar Mamonas Assassinas. O rock era a cara da juventude brasileira. Surgia o movimento musical conhecido como BRock.

Nos anos 1990 outras bandas começam a surgir nas garagens de todo o Brasil. As garagens, viraram palcos. Pato Fú, Jota Quest, Cássia Eller, Los Hermanos,Charlie Browm Jr., Raimundos, Tianastácia, Skank, Chico Science e Nação Zumbi. Durante essa época o Sepultura, que já existia, experimentou uma guinada violenta!

Nos anos 2000 o rock sofreu. Hebert Vianna, dos Paralamas, sofreu um grave acidente,o Titã Marcelo Frommer morreu atropelado e Cássia Eller também morreu. Todavia surgiram outras bandas como o Denotautas Roque Clube e Pitty. É aí que o rock brasileiro vai ser redesenhado. As chamadas "bandas emocore" surgem com muita força, principalmente, entre os adolescentes. Nx Zero e Fresno são os exemplos mais marcantes na atualidade.

Citar todas as bandas que marcaram história é impossível. Todavia, são todas inesquecíveis. O Rock é a forma mais clara de expressão dos sentimentos do povo. Uma marca da juventude da época em que se situa. Cada fase política e social do país se manifesta clara nas canções e interpretações de todos esses nomes no rock e tantos, tantos outros. Do jeito que for, o rock nacional é muito mais claro do que qualquer livro de História.

Raul Seixas

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Filho de um engenheiro e de uma dona de casa, Raul Seixas nasceu em Salvador no dia 28 de junho de 1945. Filho mais velho do casal Seixas, Raul tinha apenas um irmão,Plínio. O menino cresceu cercado pelos livros da biblioteca de seu pai, também chamado Raul. Essa deve ser a explicação de uma mente brilhante.

Tudo começou com um objeto normal em qualquer casa de família nos anos 1940. O popular rádio se abria para Raul através da voz de Luiz Gonzaga. Nas estradas que desvendava com o pai via várias vertentes diferentes de cultura. O nordeste, porém, nunca saía dele.

Raul morava próximo ao consulado americano. Esse detalhe seria dispensável se esse não fosse o responsável primeiro contato do menino nordestino com o rock. Fã de Elvis Presley, graças à loja "Cantinho da Música" onde passava horas ouvindo discos de rock, fundou o "Elvis Presley Fã-Clube de Salvador".

Logo Raul se junta aos seus amigos nordestinos e cria "Os Relâmpagos do Rock", seu primeiro contato físico com o rock. O conjunto de Raul é o primeiro de Salvador a utilizar instrumentos elétricos. O sucesso da banda, todavia, não ultrapassava o eixo baiano, o que desapontava muito o conjunto, em especial, Raul. A última gota foi um namoro com a americana Edith Wisner. O pai de Edith era um rígido religioso. Para agradar à família da namorada, Raul abandona a música.

O namoro resultou em casamento. Raul passa a lecionar inglês e violão para ganhar a vida. Mas o mundo dá muitas voltas e a antiga paixão pela música volta com força através do conjunto Raulzito e Os Panteras. O caminho se abre quando Jerry Adriani faz um show em Salvador. Para a abertura do show a produção queria um conjunto local. E lá estão Raulzito e Os Panteras. A performance de Raul impressiona Jerry que o convida para acompanhá-lo em uma turnê pelo Rio de Janeiro. Convite feito, convite aceito. O resultado? Um disco gravado na Odeon.

E assim começa a trilha de sucesso de Raul Seixas. Produtor da CBS, compositor para o jovem guarda e a pós-jovem guarda, participante do Festival Internacional da Canção. Há duas curiosidades praticamente desconhecidas sobre Raul. A primeira é que seu segundo LP foi retirado do mercado por não se enquadrar à linha de atuação da gravadora CBS, da qual ele era produtor, e Raul acabou demitido. A segunda é que, graças ao Festival Internacional da Canção, Raul assinou um contrato com a gravadora Philips e gravou o álbum "Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock". Só que o nome "Raul Seixas", sequer aparecia na capa.

Na década de 1970 tem seu primeiro contato com Paulo Coelho. No mesmo período faz a música Ouro de Tolo em crítica à ditadura. Torna-se consagrado. Em 1974 cria, em parceria com Paulo Coelho, uma sociedade alternativa. Afinal, quem nunca ouviu a frase: "Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei"? A Sociedade Alternativa passou a ser divulgada através da música de mesmo nome. Paulo e Raul acabam presos pelos militares que consideraram a música um movimento armado contra o governo. Após serem torturados são exilados para os Estados Unidos. Porém o sucesso de "Guita" força os militares a trazerem os dois para o Brasil a fim de não levantar suspeitas. Raul, então, se separa de Edith e vai para os Estados Unidos com a filha Simone.

No ano seguinte casa-se com Gloria Vaquer e grava outro LP. Esse, porém, teve poucas vendas. Em 1976 supera a má vendagem com outro disco e ganha mais uma filha, Scarlet. Mas as coisas começam a desandar. A parceria com Paulo Coelho é desfeita. Os três discos que lança agradam ao público e desagradam a crítica. Nesse período Raul intensifica sua parceria com Cláudio Roberto Andrade de Azevedo.

A partir de 1978 começam seus problemas de saúde devido ao álcool. Separa-se de sua mulher e volta ao Brasil com a filha. Neste ano, conhece Tania Menna Barreto, com quem passa a viver. O relacionamento acaba em 1979 e Raul entra em depressão e ele decide se internar para enfrentar o alcoolismo. Então conhece Kika, sua quarta mulher, com quem tem Vivian, sua outra filha. O relacionamento terminou em 1985.

Sua carreira teve altos e baixos, principalmente devido ao álcool e às drogas. No dia 21 de agosto de 1989,dois dias depois de lançar seu úlimo disco, Raul Seixas morre na cidade de São Paulo por volta das 8 horas da manhã. Raul foi encontrado morto em seu quarto por sua empregada,Dalva. O polêmico mestre do rock nacional era humano, não era um mutante. Como pessoas normais ele foi vítima de uma parada cardíaca. Alcoolismo, diabetes, descuido com o fato de não ter tomado insulina na noite anterior foram a causa de uma pancreatite aguda fulminante.

É penoso pensar que nossos ídolos morrem. Pior ainda é saber que Raul era humano. Suas músicas e seu ritmo calavam qualquer polêmica ou qualquer resquício de ser humano naquele que todos sempre viram como um mutante perfeito. O luto por tê-lo perdido é maior que qualquer coisa e mais eterno que qualquer eternidade. O nosso consolo é que ainda temos a voz dele para ouvir. Basta apertar "play".

domingo, 27 de junho de 2010

O Significado da música "Gita" de Raul Seixas.

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Perguntando para algumas pessoas sobre o que achavam que Raul dizia com a música “Gita”, notei que cada um dá a sua versão e acredita que a música tenha mesmo só interpretações subjetivas e que não deveria haver uma interpretação mais correta que a outra. Mas, mesmo assim, essas interpretações formam um consenso; o ponto comum é que muitos disseram que a música tem a ver com deus.

A história que se conta sobre a letra da música “Gita” é que Raul lia um livro de Bhagavad Gita, um guru do hinduísmo, religião indiana. O próprio nome da música é uma alusão clara a esse fato. Raul então adormeceu com a idéia na cabeça e quando acordou começou a escrever a letra.
Prestando atenção na letra é fácil perceber do que ela fala.

A parte declamada no começo é o ponto chave para entender o que vem depois. Começa a música: “Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando, foi justamente num sonho que ele me falou: ...”. Assim, o resto que é cantado, não seria o Raul dizendo algo a alguém, e sim, ouvindo algo que alguém falava, confirma a idéia de que foi depois de um sonho que a música foi escrita e que esse sonho foi motivado pela leitura de parte da doutrina de Bhagavad Gita. Sendo assim Raul, em vez de falar, ouve: “Às vezes você me pergunta, por que é que eu sou tão calado, não falo de amor quase nada, nem fico sorrindo ao teu lado...”

A doutrina da religião hinduísta é baseada no panteísmo. O panteísmo é a crença em que Deus está em todas coisas da natureza, não está em um só lugar e não é um determinado ser ou pessoa; deus para os hinduístas é a própria natureza. É isso o que diz a música toda: “Eu sou a luz das estrelas, Eu sou a cor do luar, Eu sou as coisas da vida, Eu sou o medo de amar”; “Por que você me pergunta, perguntas não vão lhe mostrar que Eu sou feito da terra, do fogo, da água e do ar...”.

Pensando por este ângulo dá pra compreender facilmente os versos: “você me tem todo dia, mas não sabe se é bom ou ruim, mas saiba que Eu estou em você, mas você não está em mim...”, isso porque deus, para os panteístas, está em tudo a que o homem tem acesso, inclusive dentro do próprio homem, pois o deus está no homem, porque o homem é parte de deus, mas o homem não está em deus, porque deus vai muito além do que o homem é.

Ao escrever isso, o significado de “Gita” me parecia cada vez mais óbvio, o que me levou a entrar um pouco em outro assunto e chegar a conclusão que muitas outras coisas devem ser tão simples de se entender, mas no Brasil, como em boa parte do mundo, a tradição judaico-cristã é imposta, embora haja liberdade de religião garantida pelo Art. 5° da Constituição, ainda há muito preconceito contra quem não seja católico ou protestante (evangélicos, espíritas, etc). Como se a crença de negros, índios e outros povos marginalizados fosse inferior. Aliás ateus, agnósticos, céticos e pagãos também tem a sua liberdade de crença protegida pela lei, pois se há liberdade de religião, para ser livre mesmo, tem que incluir a liberdade de não-religião.

Como poderia ser uma crença menor que a outra, se todos têm tantas provas de seus deuses quanto os cristãos? Ou seja: nenhuma! E todos, ainda assim, têm direito de ter fé, que consiste justamente em acreditar em algo sem precisar de comprovação, e se estiver precisando de comprovar, já está fraca a sua fé, pois já virou ciência.

Finalizando: mesmo que sua religião seja outra que ache o hinduísmo pareça uma sub-cultura religiosa, a música “Gita” de Raul Seixas fala de deus segundo o Panteísmo, e não o deus que está na doutrina que você conhece, mas tão real quanto todos são para e conforme as suas respectivas crenças. Discorde disso com uma condição: responder quem mais seria “o início, o fim e o meio” se não deus?

Está on-line o blog Projeto Backup sobre Rock Nacional

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Hoje, na data em que Raul Santos Seixas completaria 65 aninhos, fica on-line o blog Projeto Backup, que trará não só textos sobre Raulzito, mas sobre o Rock Nacional, chamando atenção para o conteúdo cultural das letras.

Os anos 1980 foram um marco para o Rock Nacional, deixando na história através da arte musical os conflitos existenciais, políticos e ideológicos de uma geração que presenciou a censura da ditadura militar e também a liberdade de expressão conquistada dentro dessa mesma década.

Como o mestre Chico Buarque fez na MPB, nomes como Renato Russo, Cazuza e o homenageado de hoje, Raul Seixas, trouxeram para o Rock Brasileiro a inteligência de se expressar através de letras reflexivas com poder de crítica social.

Além disso, a liberdade oitentista foi iniciada com o evento que podemos considerar o Woodstock brasileiro: O Rock'n'Rio I. Com a abertura política do País, foi possível inspirar mais ainda a juventude a produzir mais e mais músicas para expressarem desde seus sentimentos até sua ideologia. Foi o combustível para bandas como RPM, Engenheiros do Hawaii e Paralamas do Sucesso darem ainda mais vida a suas obras e a novas idéias.

Não podemos dizer que os roqueiros brazucas são punks, pois a partir do momento que conseguiram sair do undergroud para o mainstream, infiltraram-se no sistema para difundir suas idéias, enquanto os punks continuaram falando de suas idéias para eles mesmos... Mas foram serguidores do lema punk "Do yourself!" Razão pela qual a gente observa a simplicidade nos ritimos e na harmonia musicais, mas, mesmo assim, com poucos recursos, fizeram arte, pura arte!

Enfim, aprofunde-se nas obras, vale a pena! Principalmente para você que tem uma banda ou é poeta, tem algo a dizer e quer escrever com qualidade. Inspire-se!

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