quarta-feira, 22 de junho de 2011

NOTÍCIA: Uma nova legião. De fãs

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FELIPE BRANCO CRUZ
A divulgação, nesta semana, de um clipe em que os atores Wagner Moura e Alinne Moraes cantam na íntegra Tempo Perdido é mais uma entre tantas provas de que a banda Legião Urbana, que acabou há 15 anos (em 1996), não só continua viva e como parece estar ganhando ainda mais força no cenário musical. O vídeo faz parte do material de divulgação do filme O Homem do Futuro, de Cláudio Torres, com estreia prevista para 2 de setembro.


Há uma semana, no dia 12 de junho, Dia dos Namorados, a operadora de telefonia Vivo divulgou um clipe da música Eduardo e Mônica, realizado especialmente para a ocasião. O vídeo teve produção da O2 Filmes, de Fernando Meirelles. Esta, no entanto, foi uma entre tantas canções do Legião que nunca tiveram um clipe oficial.
Os exemplos dessa recente invasão da banda são inúmeros. Até o fim do ano, será lançado em circuito comercial o longa Faroeste Caboclo, com direção de René Sampaio, que conta a história da música homônima. A trajetória de Renato Russo e a história de sua banda também ganharão as telonas. Somos Tão Jovens, dirigido por Antônio Carlos da Fontoura, está sendo rodado e será lançado em 2012. Além disso, a música Que País é Esse entrou na trilha sonora da novela das 9 da Globo, Insensato Coração, colocando a banda ainda mais em evidência.
No fim do ano passado, toda a discografia do Legião foi relançada, remasterizada e em vinil. Para completar, os filmes Vips (2010), de Toniko Melo, e Meu Nome Não é Johnny (2008), de Mauro Lima, também tiveram músicas da banda incluídas na trilha sonora. Numa busca rápida no YouTube, o internauta também encontra vários vídeos de pessoas que incluíram o som do Legião em produções caseiras.
Segundo a gravadora EMI, a banda originária de Brasília já vendeu 17 milhões de discos até hoje. Todos os anos, uma média de 250 mil cópias de seus álbuns são consumidas, isso apesar de a última produção do Legião, Como é que se Diz Eu Te Amo, ter sido lançada há dez anos, em 2001, a partir do show ao vivo realizado em 1994. “Esse movimento é espontâneo. Não planejamos isso”, diz Dado Villa-Lobos, ex-guitarrista da banda.
“Uma história como a do Faroeste Caboclo, mostrando as mazelas desse Brasilzão, ou uma história de amor tão forte quanto a de Eduardo e Mônica, são atemporais. Por isso sobrevivem até hoje”, analisa.
O guitarrista conta que, no Dia dos Namorados, recebeu em casa um misterioso DVD. Era o videoclipe da música feito pela Vivo. “Eu me emocionei, de verdade. Voltou tudo que fizemos naquela época, principalmente porque essa foi uma música para a qual não produzimos um clipe oficial.” O filho de Dado, Nicolau Villa-Lobos, de 23 anos, estudante de cinema na PUC do Rio, fará ponta no longa Somos Tão Jovens, interpretando o próprio pai. O filme vai focar a produção musical das bandas do Planalto Central, com especial destaque para Renato Russo.
Marcelo Torres, produtor executivo de Somos Tão Jovens, acredita que o interesse pelas bandas da década 80 permanece porque não apareceu nada melhor. “Cite uma boa banda de rock surgida nos últimos anos. Não tem”, afirma. O longa tem orçamento de R$ 6 milhões e as filmagens terminarão em julho.
O gerente de web e mídia social da Vivo, João Bell, de 40 anos, viveu o auge do Legião. Quando o recente clipe de Eduardo e Mônica foi divulgado, ele teve uma surpresa. Sua sobrinha de 16 anos o procurou dizendo que tinha descoberto a banda depois de ver o comercial. “O Eduardo da música tem 16 anos. Pensamos se a canção não estaria datada, já que foi lançada há 25 anos. Como os jovens a receberiam? O Legião ainda fala com todas as idades porque as letras tratam de amor de uma forma sincera”, avalia Bell.
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