“Os profissionais dizem que analogia é uma forma preguiçosa de pensar. Às vezes, acho que preguiça é uma virtude. Nas mesmas horas em que acho a coragem uma chatice”.
Essas são as primeiras frases de Mapas do Acaso, o mais recente trabalho oferecido aos fãs pelo músico Humberto Gessinger. Lançado nesta semana, o livro é o terceiro da carreira literária do gaúcho e inaugura uma nova fase. Segundo o próprio, a publicação começa a aproximá-lo da condição também de escritor. Porém, sem que haja qualquer distanciamento da composição e das canções.Afinal, a divulgação não conta apenas com simples sessões de autógrafos em livrarias. Já estão na agenda de Gessinger diversos pocket shows. Isso sem falar na continuidade da turnê do power duo Pouca Vogal,
formado com Duca Leindecker e que passou por Jaraguádo Sul em novembro do ano passado lotando o Grande Teatro da Scar.
Para quem se interessou em saber mais sobre o músico e o livro Mapas do Acaso, o OCP traz, nesta edição, uma entrevista exclusiva. Confira:
O Correio do Povo – Este é o terceiro livro assinado por você nos últimos três anos. O público pode aguardar novas publicações suas surgindo no futuro e nesta mesma frequência?
Humberto Gessinger - Com a mesma frequência, acho difícil. Neste início de caminhada literária havia uma mola encolhida, muita coi
sa armazenada. Mas certamente este diálogo vai seguir paralelo ao diálogo musical.
OCP – Em uma das entrevistas concedidas ao OCP, no ano passado, você afirmou não se intitular escritor. E agora? Já é, de fato, um integrante desse grupo? Por quê?
Gessinger - O ‘Mapas do Acaso’ me aproxima mais da condição de escritor. Acho que o livro se justifica por si só. No ‘Pra Ser Sincero’, havia minha história musical, no ‘Meu Pequeno Gremista’, havia a relação com o Grêmio. De certa forma, estes temas deixavam o aspecto literário em segundo plano.
OCP – O que moveu a escrita de Mapas do Acaso?
Gessinger - Liberdade total. ‘Mapas do Acaso’ pode ser uma continuação do ‘Pra Ser Sincero’, mas também pode ser o início da saga. Os dois livros têm em comum um capítulo com letras comentadas (123 no Pra Ser Sincero, 45 no Mapas do Acaso). O tom de conversa também se assemelha. A diferença é que, agora, escritor e leitor estão mais próximos. Como se estivessem em uma mesa de bar, tomando um vinho, ou em um galpão, tomando um chimarrão.
Não há tanto compromisso com linearidade no ‘Mapas do Acaso’. Até rola uma crítica ao culto da "objetividade" que toma conta da nossa vida nestes tempos digitais. Fiz questão de manter, no texto, dúvidas que eu poderia ter desfeito em uma visita ao Google. Incorporei estas dúvidas à narrativa e elas abriram vários caminhos.
O livro é dividido em "notas mentais para uma próxima vida". São reflexões de um cara que viveu um monte de coisas e está tentando descobrir se elas fazem algum sentido. Sem querer ensinar nada para ninguém, sem querer ser porta-voz de nada.
OCP – Em Mapas do Acaso, você escreveu: ‘Há quem diga que a função das palavras é esconder o que sentimos. Eu não digo’. Para o Humberto Gessinger, quais as funções das palavras escritas em páginas de livros? E das notas musicais que emanam do encontro entre as suas mãos e os instrumentos?
Gessinger - Eu ouço pelos dedos. Tocar um instrumento é dialogar com meus ídolos e comigo mesmo. As palavras, no meu caso, são anteriores ao som. Eu conto no livro que fingia ler jornal antes de ser alfabetizado. Antes de saber o significado, havia o fascínio gráfico.
OCP – Além de rodar o Brasil com os shows do Pouca Vogal, você tem feito sessões de autógrafos dos livros em diversas cidades do país. Qual a principal diferença entre esses dois palcos?
Gessinger - Uma sensação de maior proximidade. Fico observando nas filas de autógrafo a expressão corporal das pessoas, elas carregam livros e discos de formas diferentes. São mais delicadas com os livros, trazem perto do peito.
Nos shows tudo é tão corrido! É difícil falar com as pessoas depois, rola uma energia mais selvagem. Só agora, nas sessões de autógrafo, tenho conhecido alguns fãs que me seguem há muitos anos.
OCP – No livro Mapas do Acaso, você narra, novamente, diversas passagens da biografia dos Engenheiros do Hawaii. Em uma palavra, ao invés de páginas inteiras, como resumiria essa história de mais de duas décadas?
Gessinger - Uma missão.
Add no msn: group1268689@groupsim.com
Fonte: http://www.ocorreiodopovo.com.br/variedades/humberto-gessinger-lanca-livro-e-da-entrevista-exclusiva-ao-ocp-1646542.html
Parabéns pela postagem, Celina!
ResponderEliminarSeja muito bem-vinda ao time!
"Temos muito ainda por fazer (...)O mundo começar agora; apenas começamos!"
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarCelina gostei muito da postagem, PARABÉNS!!!
ResponderEliminarTudo ótimo..
ResponderEliminarparabens!otima postagem
ResponderEliminarAdorei o blog procurava algo assim voltado ao rock nacional, pois ele precisa ser revitalizado. Engenheiros do Hawaii é a perola de beleza e inteligência musical carregado pelo HUMBERTO GESSINGER monstro na arte da composição. Abraços!
ResponderEliminarNossa, eu amo Humberto Gessinger. Quer dizer, gosto bastante auhauahuuh. do seu trabalho. bom, então, fiquei com vontade de ver o livro. só essa frase inicial já dá pra curtir muito.
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